O que é leucemia, sintomas e tratamento.

O que é leucemia, sintomas e tratamento.

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Doenças

O que é leucemia?
Leucemia refere-se um grupo de cânceres que afetam as células brancas do nosso sangue.
A leucemia se desenvolve na medula óssea que é responsável por produzir três tipos de células sanguíneas:
1) Células vermelhas que contém hemoglobina e são responsáveis pelo transporte de oxigênio em nosso corpo.
2) Células brancas que combatem infecções.
3) Plaquetas que auxiliam na coagulação sanguínea.

Podemos classifica-las em:
As leucemias se dividem nos dois principais grupos de leucócitos:
Leucemia linfoide – Tem comprometimento da linhagem linfoide
Leucemia mieloide – Tem comprometimento da linhagem mieloide

Patologicamente a leucemia é dividida em:
Leucemia aguda – Caracterizada pelo crescimento rápido de células imaturas do sangue.
Leucemia crônica – Caracterizada pelo aumento de células maduras, mas anormais.

Isso gera quatro tipos de leucemias:
Leucemia Linfoide Aguda (LLA).
Leucemia Linfoide Crônica (LLC).
Leucemia Mieloide Aguda (LMA).
Leucemia Mieloide Crônica (LMC).

leucemia

Tipos de Leucemia Linfóide Aguda (LLA)
Os tipos principais de leucemia linfoide aguda são T e B, por estarem baseados no tipo de linfócito que se tornou canceroso. As células da leucemia linfoide aguda apresentam características semelhantes as dos linfócitos T ou B normais. Definidas essas características, a leucemia é denominada leucemia linfoide aguda T ou leucemia linfoide aguda B.
Anormalidades Cromossômicas
Alguns pacientes com leucemia linfoide aguda tem uma anormalidade genética conhecida como cromossomo Filadélfia, que é gerada erroneamente durante o processo de divisão celular.
Isto cria um novo gene, que vai produzir uma nova proteína, que por sua vez provoca a produção da enzima tirosina-quinase, que faz com que a medula óssea produza células anormais do sangue. É importante saber se um paciente é portador do cromossomo Filadélfia, já que isso pode determinar se poderá ser tratado com medicamentos chamados inibidores da tirosina-quinase.
Podem existir outros tipos de anomalias cromossómicas presentes nas células leucêmicas, mas são raros, e não afetarão a forma do tratamento.

Causas da leucemia
Não existe uma causa unica para todos os tipos de leucemia, cada tipo de leucemia possui sua própria causa.
Suspeita-se de ser causada por fatores diversos, dentre eles: herança genética, desencadeamento apos contaminação por certos tipos de vírus,radiação, poluição, entre outros.
Algumas vezes pensa-se muito a respeito da baixa imunidade, não se determinar de forma exata como a leucemia se desencadeia em um individuo específico, mais é possível verificar através de seu próprio histórico a possível causa.
Classificação
Clinicamente e patologicamente a leucemia de divide em formas aguda e crônica. A leucemia aguda é caracterizada pelo crescimento rápido de células imaturas do sangue.
O tratamento deve ser imediato pela rápida progressão e acumulo de células malignas que invadem a circulação periférica e outros. Geralmente acomete crianças, jovens e adultos.
A leucemia cronica é caracterizada pelo aumento de células maduras anormais. Sua progressão pode demorar de meses a anos, geralmente acomete pessoas na idade adulta.
As doenças são classificadas entre: leucemia linfoblásticas ou leucemia linfoides, que indicam que uma mudança cancerosa ocorreu em um tipo de célula da medula óssea que geralmente toma forma de linfócitos, ou mieloides que indica, que uma mudança cancerosa ocorreu em um tipo de célula da medula óssea que toma forma de hemácias, alguns tipos de leucócitos e plaquetas.
A combinação dessas duas classificações gera quatro doenças:
– Leucemia linfocítica ( ou linfoblástica)
– Leucemia linfocítica crônica:
– Leucemia linfocítica aguda
– Leucemia mieloide (não linfocítica)

Sintomas da leucemia
As manifestações clinicas da leucemia são secundárias a proliferação excessiva de células imaturas na medula óssea, ou alguma falha no sistema imunológico que fizesse com que alguma célula anormal não fosse destruída e se reproduzisse.
A proliferação rápida das células leucêmicas, faz com que estas ocupem cada vez mais a medula óssea não deixando as células normais ( hemácias, leucócitos e plaquetas), se reproduzirem e saírem da medula óssea, causando os sintomas da anemia.

terapia de leucemia

Síndrome anêmica – aparecem pela redução da produção de eritrócitos pela medula óssea causando:
* sonolência
* cansaço
* irritabilidade e fraqueza
* pouca fome ( consequentemente emagrecimento)
* palpitações
* dores de cabeça
* tonturas
* desmaios (em casos mais graves)

Exames para diagnósticar a leucemia
Exames de Sangue
As amostras de sangue para os exames de leucemia linfoide aguda são geralmente coletadas a partir de uma veia do braço.

Hemograma completo e estudo do sangue periférico
O hemograma mede o número de glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. Estes exames avaliam os diferentes tipos de células do sangue, mudanças no seu número e sua aparência. Este exame é, muitas vezes, o primeiro a ser realizado em pacientes com suspeita de doença hematológica.
Para o esfregaço do sangue periférico, uma gota de sangue é colocada numa lâmina e, em seguida, observada no microscópio. As alterações na quantidade de células e aparência das células, muitas vezes, ajudam a diagnosticar a leucemia.
A maioria dos pacientes com leucemia linfoide aguda apresentam glóbulos brancos imaturos no sangue, e uma quantidade insuficiente de células vermelhas ou plaquetas. Muitas das células brancas do sangue são linfoblastos, ou seja, linfócitos imaturos normalmente não encontrados na corrente sanguínea. Linfoblastos não funcionam como glóbulos brancos maduros.
Embora estes resultados possam sugerir leucemia, a doença geralmente não é diagnosticada sem um estudo das células da medula óssea.

Exames de Coagulação e Bioquímica Sanguínea – A análise bioquímica do sangue mede as quantidades de certas substâncias químicas que circulam no sangue, mas não são utilizados para diagnosticar a leucemia. Em pacientes já diagnosticados com leucemia linfoide aguda, estes exames podem ajudar na detecção de problemas de fígado ou rins, causados por células de leucemia ou efeitos colaterais de certos medicamentos quimioterápicos.

Exames da Medula Óssea
Aspiração da Medula Óssea e Biópsia – Esses exames são geralmente realizados ao mesmo tempo. As amostras são normalmente coletadas da parte posterior do osso da pelve, do esterno ou de outros ossos. A biópsia da medula óssea é geralmente realizada logo após a aspiração. Estes exames são realizados para ajudar no diagnóstico da leucemia. Também, podem ser realizados para dizer se a leucemia está respondendo ao tratamento.
Exames de Rotina sob um Microscópio – A medula óssea é observada sob um microscópio por um patologista e poderá ser revisada pelo hematologista. Os médicos observam o tamanho, forma e outras características dos glóbulos brancos nas amostras classificando-os em tipos específicos.
Um fator importante é saber se as células parecem maduras (parecidas com células sanguíneas normais) ou imaturas (sem características de células sanguíneas normais). As células mais imaturas são denominadas linfoblastos.
É muito importante determinar a porcentagem de células na medula óssea que são blastos. Um diagnóstico de leucemia linfoide aguda requer, geralmente, que pelo menos, 20% a 30% das células na medula óssea sejam blastos. Em circunstâncias normais, os blastos nunca são mais do que 5% das células da medula óssea. Entretanto, às vezes são necessários outros exames de laboratório para ter um diagnóstico definitivo

Citoquímica – Consiste na aplicação de corantes bioquímicos às células do sangue e medula óssea, de maneira a mostrar sua composição sem modificar apreciavelmente sua morfologia. As colorações citoquímicas auxiliam no diagnóstico de leucemias e de outras doenças hematológicas.

diagnostico de leucemia

Citometria de Fluxo e Imuno-histoquímico – A citometria de fluxo é feita com um aparelho que consegue fazer medidas individuais de milhares de células, numa contagem exata que é essencial para a eficiência do tratamento da doença. Essa técnica é muitas vezes usada para examinar as células da medula óssea, gânglios linfáticos e amostras de sangue, para o diagnóstico das leucemias.
No exame imuno-histoquímico as células do sangue ou amostras da medula óssea são analisadas por meio de anticorpos monoclonais marcados com substâncias fluorescentes. Diferentes tipos de linfócitos têm diferentes antígenos, que sofrem alterações à medida que cada célula amadurece. As células de cada paciente com leucemia têm os mesmos antígenos, porque são todos derivados a partir da mesma célula.
Além da caracterização dos antígenos expressos pelas células envolvidas, a citometria de fluxo fornece informação quanto ao tamanho e à granulosidade celular. Nas leucemias agudas, o exame é indicado para determinar a linhagem celular, análise de clonalidade e do estado de maturação das células leucêmicas, expressão de padrões de antígenos aberrantes típicos de determinados grupos de leucemias e acompanhamento do tratamento e detecção de doença residual mínima.

Exames dos Cromossomos
As células humanas normais contêm 23 pares de cromossomos. Em alguns casos de leucemia, as células têm alterações cromossômicas. Às vezes, pode haver perda de parte de um cromossomo, o que é denominado de deleção.
Frequentemente, na leucemia linfoide aguda dois cromossomos trocam seu DNA, de modo que parte de um cromossomo se liga à parte de um cromossomo diferente. Isto é denominado translocação. A translocação mais comum nos adultos é conhecida como cromossomo Filadélfia, que é uma troca de DNA entre os cromossomos 9 e 22, abreviados como t (9; 22), o que resulta num cromossomo 22 encurtado. Cerca de 1 em cada 4 adultos com LLA tem esta anomalia em suas células. Esta mudança é especialmente importante, pois pode ser alvo de determinadas drogas.
As informações das alterações cromossômicas são úteis para determinar o prognóstico de um paciente e sua resposta ao tratamento.
Citogenética – Neste exame, os cromossomos das células leucêmicas são analisados para detectar qualquer anormalidade. Em alguns casos de leucemia, as células apresentam alterações cromossômicas visíveis sob o microscópio. A maioria das alterações cromossômicas em adultos com leucemia linfoide aguda é do tipo de translocação. As informações sobre o tipo translocação podem ser úteis para prever a resposta terapêutica de um paciente.

genetica

Hibridização Fluorescente In Situ (FISH) – Este é outro tipo de exame que avalia os cromossomos, usando corantes fluorescentes que só se ligam a partes específicas de cromossomos específicos. O teste FISH detecta a maioria das alterações cromossômicas (translocações), visíveis ao microscópio em exames citogenéticos, bem como alterações pequenas não visualizadas em exames de citogenética. FISH pode ser usado para detectar alterações específicas nos cromossomos, podendo ser usado nos exames de sangue ou em amostras da medula óssea.
Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) – Este é um exame do DNA bastante sensível, que permite encontrar cromossomos pequenos, não visíveis ao microscópio, mesmo quando poucas células leucêmicas estejam presentes na amostra. Assim como o teste FISH, é usado para diagnosticar alterações genéticas específicas. Na leucemia linfoide aguda, é muitas vezes utilizada para diagnosticar o gene produzido pelo cromossomo Filadélfia.

Tratamento da leucemia
È necessário fazer uma avaliação em algumas casos de crianças com leucemia, como idade e contagem de leucócitos inicial, para determinar a intensidade do tratamento para que possa atingir a melhor chance de cura. Embora todas as crianças são tratados com quimioterapia, doses e combinações de drogas que podem ser diferentes.

quimoterapia

Para reduzir a probabilidade de leucemia será feita uma invasão no sistema central nervoso da criança, os pacientes recebem quimioterapia intratecal, que é a administração de fármacos anti-cancerígenos através de líquido cefalorraquidiano ao redor do cérebro e da medula espinhal. Em alguns pacientes de alto risco, é possível combinar os tratamentos de quimioterapia intratecal de radiação, em que feixes de alta intensidade utilizados para encolher tumores e prevenir o crescimento de células cancerosas. Em seguida, as crianças devem ser cuidadosamente monitoradas por um oncologista pediátrico, especialista em câncer em crianças.
O tratamento é feito envolvendo alguns medicamentos como quimioterapia, que esta vai destruir as células doentes, podendo destruir também as células boas, durante o tratamento com a quimioterapia o doente fica com a defesa diminuída, com anemia, com a plaqueta baixa, e durante esse meio tempo até a medula se recuperar o doente fica suscetível, ou seja, com infecções e sangramentos.
Uma vez que é dado o início no tratamento, o objetivo é atingir a remissão da leucemia (sem evidência de células de cancro no corpo), e a remissão é atingida, a quimioterapia é geralmente usada para garantir a manutenção da remissão na criança. A quimioterapia é administrada em ciclos de manutenção durante um período de 2 a 3 anos de modo a evitar a recorrência. Algumas vezes, a doença ocorre mesmo quando administrada a quimioterapia de manutenção. Em tais casos, é necessária a utilização de outras formas de quimioterapia.
Algumas vezes pode ser necessário o transplante de medula para além de (ou em vez de) a quimioterapia. Tudo depende do tipo de leucemia. Durante um transplante de medula óssea, a medula óssea saudável é colocado no corpo da criança.

medula ossea

Quimioterapia intensiva para a leucemia tem alguns efeitos adversos, incluindo a perda de cabelo, náuseas e vômitos e aumento do risco de infecção ou hemorragia no curto prazo, como problemas de saúde  a longo prazo. O paciente que esta sendo tratado de leucemia, terá uma equipe responsável pelo tratamento que vai cuidadosamente monitorizar para a presença desses efeitos colaterais.
O tratamento envolve quimioterapia e transfusão de sangue, o transplante de medula é indicado em alguns casos, pois não é o tratamento totalmente necessário.
O transplante de medula óssea só será indicado em casos em que a quimioterapia não funciona, sendo um procedimento muito complicado envolvendo doador compatível, pois não pode ser qualquer tipo de doador, ha casos em que familiares não são compatíveis não podendo fazer a doação.

Dados Estatísticos sobre a Leucemia Linfoide Aguda (LLA)
O Instituto Nacional de Câncer estima para 2014 e 2015, que sejam diagnosticados 9.370 novos casos de leucemias (5.050 em homens e 4.320 em mulheres), incluindo adultos e crianças, no Brasil. Esses valores correspondem a um risco estimado de 5,20 casos novos a cada 100 mil homens e 4,24 a cada 100 mil mulheres.
O risco de desenvolver leucemia linfoide aguda é maior em crianças de até 5 anos. Após essa idade, o risco declina lentamente até a faixa dos 20 anos, começando a aumentar lentamente após os 50 anos. Cerca de 40% dos casos de leucemia linfoide aguda acontecem em adultos.
A maioria dos casos de leucemia linfoide aguda ocorre em crianças, mas, a maioria das mortes pela doença (cerca de 80%) ocorre em adultos. Isso acontece devido às diferenças da própria doença nas distintas faixas etárias, assim como do tipo de tratamento, uma vez que o organismo das crianças, muitas vezes, pode lidar melhor do que o dos adultos com um tratamento mais agressivo, ou mesmo devido a alguma combinação terapêutica diferente.

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